quinta-feira, 24 de maio de 2012

Poeminha

Faz da vida um carnaval, um bacanal, um baixo-astral.
Tudo que fez e não fez foi para o lixo, resquício, sumiço.
Desprezou até as amoras, caiu fora, foi embora.
Não percebeu no outro a alegria, a alforria, o motivo porque sorria.
E assim partiu. Partiu o meu coração, me deu uma conclusão: foi tudo em vão.
E se alguém pára e repara, ampara.
E se não repara, diz que é dor de amor, diz que é falta de amor, diz que é presença de dor.
E se tanto faz, nem a sua graça aqui traz, aí meu pensamento se desfaz.
Posso ver o brilho de alguém muito rápido; sei, cansei, não sei.
As vezes sou vazia de mim, assim... sim.

As vezes sou, as vezes estou, as vezes... não.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Estação das Flores

Hoje acordei e não acordei.
Só senti que acordei no momento em que um choque perpassou o meu corpo. Por uns breves segundos senti uma onda transpassando em mim... talvez seja reflexo das minhas reflexões noturnas nada convidativas.
Pode ter sido a realidade batendo à porta, avisando pra eu sair da margem e enfrentar o dia, que é mais importante do que minhas conclusões obscuras sobre algumas coisas.

Isso são coisas que eclodem no inverno.
•••
Eu prefiro a estação das flores.
Temos menos tempo pra chorar por passar a maior parte dele admirando a beleza dos dias e das violetas.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Cosmos


Como se houvesse uma cachoeira de pedras criada por mim mesma.
Como se o vento fosse o único capaz de entender os meus segredos...
Como se não houvesse mais nada de colorido em meio as cinzas.
Como se coisas sem valor ocupassem momentaneamente as lacunas constantemente livres e isoladas no espaço.

Provavelmente ocupo um lugar em outro cosmo. Vai ver nem ocupo um lugar em cosmo algum.
Vai ver ainda não encontrei um.

domingo, 6 de maio de 2012

Jornal

Para ler, escute: http://www.youtube.com/watch?v=R7c1P-NPOpM.

Acorda de manhã e vai pra varanda tomar um café sob o sol gostoso matinal. Fica a pensar sobre a vida ao som dos Strokes e AC/DC; Scambo também.
Dia desses, assistiu um filme do Almodóvar enquanto saboreava um vinho seco.
Alguns pequenos extremos (paradoxo, rs) da solidão.

Algumas coisas que parecem notas aleatórias de um jornal envelhecido. Coisas que não importam à muita gente; importam apenas à quem se identifica com a nota. Importam apenas a quem vive esses pequenos extremos.

Agora imagine alguém lendo esse jornal. Alguém, de manhã, de pantufas e um cigarro, cabelo desgrenhado, cara de muito sono, expressão de... de além.
E assim é...