domingo, 14 de julho de 2013

"Primeiro Andar"

E de novo tudo pelo avesso, de novo tudo ao contrário... de novo o poço sem fim.
A 3 horas atrás eu tinha no fundo do peito a certeza de que a casa ainda era minha, a 3 horas. E em dez minutos tudo mudou. Na verdade tudo já vem mudando a um tempo...
Não quero obrigar a me aceitarem como eu sou, só quero que respeitem o meu espaço e a minha condição, assim como -debaixo de toda tristeza que não cabe em mim- eu respeito a condição deles. Sempre respeitei, sempre fui "exemplo", sempre atingi as expectativas até que... até que meu coração chorou a verdade que mais precisava ser dita em um certo momento -afinal eu morava debaixo do teto deles e eles precisavam saber- e tudo caiu, me tornei a aberração, a sem postura, o caso perdido.

Foi aí que me vi precisando de pessoas que chamei de amigos e me vi só.
Me vi por um segundo pela rua com quem nem merecia estar passando pelo que passa só pelo fato de estar comigo e me senti um lixo, me senti desprezível... eu havia avisado que eu era problema, que minha vida era um problema (e agora se tornou um caos mudo).
Mas enquanto me vi por um segundo com quem não merecia estar passando por isso, percebi e percebo a cada hora e sopro do tempo que é a melhor pessoa com quem eu poderia contar, com quem poderei contar e com quem conto.
Você sabe que isso é pra você e que, querendo ou não, você é o meu lar agora. Agora mais do que nunca, sem você sou pá furada.
Conta comigo porque minha mão vai ser sempre sua, seja pra te segurar, seja pra te ajudar, seja pra te proteger. Minha mão, meu abraço, meu coração.

Estou me sentindo como um monte de areia que o vento passou e espalhou pra todo lado, com um buraco no meio, um vazio na alma.
Essa eu deixo pra quem hoje diz não me aceitar, pra vocês que disseram que não vão me aceitar nunca, pra vocês que espero um dia me dizerem que a casa é minha e me perguntarem porque eu não chego logo...

"Já vou, será

eu quero ver
o mundo eu sei
não é esse lá

por onde andar
eu começo por onde a estrada vai
e nao culpo a cidade, o pai

vou lá, andar 
e o que eu vou ver
eu sei lá

não faz disso esse drama essa dor
é que a sorte é preciso tirar pra ter
perigo é eu me esconder em você
e quando eu vou voltar, quem vai saber

se alguem numa curva me convidar
eu vou lá
que andar é reconhecer
olhar

eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou

Eu escrevo e te conto o que eu vi
e me mostro de lá pra você
guarde um sonho bom pra mim"

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E por fim, quero agradecer a você que tá aqui atrás de mim (sim, mô... é você mesmo) por ter um abrigo no seu abraço... eu não me importo de morar nele. Te amo com a força de quarenta e dez milhões e quinze mil e setenta estrelas juntas no céu.